Ela era uma menina ainda quando descobriu que a vida de amanhã dependia das escolhas que fizesse hoje. Se antes dependia de quantidade pra suprir suas necessidades, hoje sabia que qualidade valia anos luz mais. Se antes esperava centenas de cumprimentos no dia do seu aniversário, hoje sabia que apenas quatro ou cinco eram realmente sinceros e realmente importavam. Hoje sabia que os que não puderam parar na loucura de todo dia para dar-lhe um abraço, eram na verdade apenas pessoas para preencher espaço. Hoje sabia que você tem pessoas na vida para amar, para rir, para chorar - infelizmente -, para contar e ouvir segredos, e pessoas para "preencher espaço": não-fundamentais, mas companhias para as horas de solidão. Ela e suas carências, ela e suas necessidades de sentir-se querida. Ela entendia, conforme as luas mudavam, que valia mais valer muito pra um do que valer muito, muito pouco pra todos. Ela sabia, e mais a cada dia, que algumas coisas não iam mudar. Aquele amor era o grande amor da vida dela, e todo o resto era apenas... parte do duro aprendizado nos dias de procura. Aquele cara quieto no outro quarto era o irmão que ela deveria estar ajudando nessa vida - e ela estava esperando o que? Os pais dela jamais o entendiam e, ano a ano, o criticavam ainda mais. A vida era mais fácil pra algumas pessoas do que pra outras, mas tudo dependia também do modo como você encarava as dificuldades. Era apenas uma menina quando deu conta de que tinha 24 anos e precisava tomar as rédeas do próprio destino novamente.
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