
Tem coisas que a gente não explica, nunca. O primeiro emprego, o primeiro beijo, o primeiro amor, a primeira patada que a vida dá. A GOL não foi minha "primeira" nada, mas foi a melhor de todas. Na verdade, ela foi única. Eu nunca pensei que eu poderia gostar de trabalhar um dia, porque sempre ouvi as pessoas dizerem que trabalhar é um saco e é obrigação. Ahhh... pessoas... Vcs não tiveram o prazer de ter 19 anos e trabalhar no aeroporto de Guarulhos defendendo a cia laranja que tinha a melhor proposta que eu já vi. Era tanta gente legal, tanta besteira, tanto conhecimento, tanta paisagem bonita... Que tatuou a memória e o coração.
Sinto falta, e sinto MUITA, de despachar um avião com as minhas queridas. De inaugurar um turno, de ser surpreendida no corredor, de andar na van da Manut, de me perder pelo LL, dos alternados (os verdadeiros e os falsos), das festas, das baladas não marcadas, das baladas intermináveis, dos comentários no dia seguinte, das risadas sinceras, dos abraços apertados, de gente atendendo telefone no check-in, de gente vendendo ingresso pra balada no check-in, de gente que voava a primeira vez e olhava pra você agradecendo por realizar o seu sonho.
Saudades de fazer conexão, de atender prioridade e sentir aquela alegria boa que eles davam pra gente como reconhecimento. Saudades do apoio da vermelhinha - e do despacho dela. De ir na BASP ver as luzinhas coloridas de madrugada. De ser estagiária ("Se vc quer conhecer a verdadeira personalidade de um estagiário, efetive-o") e de ser efetivada. De Mc Donalds saborosos e esperados as quatro da manhã. De dizer "minha balada é na remota" é "fulano mora ali na J10". De ficar na remota, pensando na vida, enquanto o carregamento estava ok, o abastecimento ok, o embarque ok, a tripulação ok!
Saudades de comer aquele macarrão delicioso no Emporio, do pavê de sonho de valsa deles, do porão, do maldito centésimo elevador. De me maquiar no ônibus e de rir sem parar na ida e na volta. De trocar conselhos amorosos com o pessoal da Vivo ("E ai, e sua mãe, falando dez vezes mais?") e os passageiros perdidos. De bater portas. De pushar antes dos 30. De "gate"r e dar redondo. De chamar nomes no microfone. De ganhar bombons quando fazia algum favor que era só uma questão de boa vontade. De ouvir os líderes conversando enquanto fumavam e falavam mal de alguém. De ir pra casa de algúem fazer um churrasco - e fazer batidas de QUALQUER chocolate disponível. De festas de final de ano que você ia em turnos. De dormir no Panambi e o Quality CGH.
Acima de tudo, sinto falta dos abraços de alegria e tristeza, das pessoas com as quais eu brincava e sabia que podia contar. Falta de nutrir uma ligação que a gente criou e que tempo e distância nenhuma sequer enfraqueceram.
Espero que esse encontro faça meu coração sair pela boca de tanta felicidade. To contando as horas. :P
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