Ela ansiava pelas noites de sono bem dormidas. Ansiava por voltar aos lugares que já não visitava, por rever pessoas que já não sabia onde andavam, por relacionar-se com aqueles que não tiveram seu ponto final. De alguma forma, se os sonhos lhe davam o que a realidade lhe negava, ela sentia-se feliz por ter aqueles momentos só pra ela.
Naquela noite ela sonhou com ele de novo. O cara mais tranquilo, engraçado e sem papas na língua que ela conhecera. Por que eles não deram certo? Porque eles se deixaram de lado a ponto de não existirem mais. Pelo menos por um tempo. Agora eles faziam de novo parte dos dias um do outro, mas a vida de ambos tinha mudado tanto que já não era possível reviver as histórias de um verão qualquer.
Nesse sonho, entretanto, o sol raiava lá no mundão. Os dois, felizes, se cruzaram na rodoviária e viajaram juntos pro litoral. Dizem que a praia no verão tem aquela coisa mágica de união dos corpos. Sei lá, eles não precisavam de magia. A felicidade em se reencontrarem embutia lá suas faíscas.
Sim, passearam juntos e se amaram e se curtiram como se fossem o casal mais feliz do mundo. Eles sabiam que se completavam, sempre souberam. Sempre riram juntos, sempre choraram as lágrimas um do outro, por compaixão e companheirismo. Mas a vida os separou e havia anos que se encontravam apenas em sonhos.
O que eles não entendiam é que, embora sonhassem juntos um com o outro, no final, por alguma razão, o próprio sonho os separava. Eu, que apenas escrevo o que eles sentem, anseio pelo dia em que ambos entenderão o significado disso: não foram feitos um pro outro. E vale a pena tentar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário