Tem um remédio que é universal: o tempo. Ele cicatriza suas feridas, te faz amadurecer para não cometer os mesmos erros e ainda permite que você esqueça aqueles detalhes não tão felizes do teu passado. Na verdade você só se lembrará daquilo que quiser, independente do tempo que passar.
O cara tinha voltado. Ela tinha se entregado. E ele tinha ignorado totalmente o depois. O "depois" que é aquele momento crucial pra você se apaixonar ou desencanar. Como não houve alimento pro sentimento recém-(re)florecido, ela deixou pra lá. Paula tinha uma vida, um marido, uma casa, um amor. Pensou que sair com Henrique fosse mudar tudo, mas não fez diferença nenhuma.Tentou se arrepender, mas também não conseguiu. O que está feito, está feito e ponto. Ou você se lembra disso como algo bom pra sempre, ou fica se matando por ter deixado rolar. Ela era da primeira opção porque, como já disse, tinha coração de menina e cabeça de homem.
Um dia, já feliz de novo em seu caminho real, o telefone tocou.
- Alô? - disse distraída.
- Paula? - ele de novo.
- Tudo bem?
- Tudo... Posso ajudar?
- Então... Eu tenho pensado muito em você... Na gente. Queria que soubesse que eu quero te ver de novo, quero sair pra jantar, pra conversar, pra sentir sua companhia gente perto da minha. - Henrique desabafou.
Tá vendo por quê bêbado não pode usar celular? Pra não falar bosta!
- Henrique.. Me desculpe. O que aconteceu entre a gente foi um momento de desejo. Foi ótimo, mas acho que não somos nada além de boas lembranças um pro outro. Não acha que é melhor deixarmos assim e seguirmos em frente?
Silêncio do outro lado da linha. Ele não entendia onde tinha errado. Ele não entendia que tinha errado em ir embora, e que agora aquele momento era por causa de tudo que tinham sido um pro outro antes. Infelizmente, aqueles momentos a dois confirmaram que eles não eram mais. Eles tinham vivido muita coisa, tinham tido experiências. Se dariam sempre bem, mas ela não queria mais arriscar a vida feliz que tinha por algumas noites de companhia.
Ela fez sua escolha. E quando um não quer, dois não fazem.
Ele não encontrou seu caminho, e ela nem sabe mais que rumo ele tomou.
Ela não se importava mais.
Anos depois, no Canadá...
Henrique era dono de albergues em Toronto. Tornou-se bem sucedido. Teve mulheres. Casou-se. Naquela tarde, vendo o por-do-sol, lembrou-se de Paula e quase pode sentir seu cheiro naquele parque. Ele seguiu em frente, mas seu melhor sentimento ficou guardado pra sempre em seu coração... Esperando por ela.
Paula teve 3 filhos. Amou seu marido a cada segundo. A noite, ao colocar a cabeça no conselheiro travesseiro, pensou em como era bom ter a tranquilidade de ter feito a escolha certa, mas não pode evitar pensar como teria sido se tivesse ido pelo outro caminho. Deixou o devaneio passar e foi em busca de um beijo do homem que escolheu pra dividir a vida. E o amou com todo o coração enquanto ficaram juntos.
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