Hoje esperei você ligar. Quis ouvir sua voz, lembrar da sua presença. Quis contar como foi meu dia e ouvir como foi o seu. Quis, através de uma linha telefônica, mostrar que eu me importava e tentar fazer parte de qualquer parte da sua vida. Quis te contar sobre o motorista de táxi que tinha sotaque português, sobre as compras no supermercado e os planos pra quinta-feira depois do trabalho. Quis ouvir sobre seus amigos, sobre seus anseios futuros, sobre uma piada que te contaram na sala de aula. Quis recriar seus passos e imaginar que tudo poderia ter sido dito cara a cara, entre um beijo, um suspiro e um abraço. Que sua presença pudesse completar meu dia e todo o vazio que eu tinha dentro de mim. Aquele vazio ruim que eu sempre senti e que, quando te vi, imaginei que poderia matá-lo com sua presença, tão forte, tão marcante, tão inesquecível. Eu e meus sonhos irrealizáveis onde eu sempre depositava o final feliz em outra pessoa, esquecendo que o final feliz tinha que ser pra mim.
Hoje eu esperei você ligar. Olhei de 10 em 10 minutos pra ver se estava tudo funcionando direito, se por acaso eu não tinha ouvido tocar, se não tinha uma mensagem de carinho pra acalentar meu coração estúpido. Esperei, dormi, acordei. Lembrei de você, uma lembrança real. Olhei no visor, não tinha nada. Me lembrei que você esteve em meus sonhos, utopicamente real, realizando meus desejos e protagonizando o final feliz que eu não sei porquê não aceitava logo que nunca viria de você.
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