16 anos, juventude florescendo. Amores que surgem em um dia e desaparecem em outro, pra sempre. Paixões avassaladoras que dominam páginas e páginas das agendas. Carinhos que se transformam, como aconteceu com Babi.
Babi era cheia de vida. Uma menina linda, de olhos brilhantes, sorriso largo e cativante. Não tinha como não notá-la e não sentir algo bom a seu lado. Era reservada e um pouco tímida, o contrário da maioria das meninas desses tempos modernos.
Primeiro dia de aula, histórias dos meses de verão borbulhando pra cima e pra baixo na escola. Babi encontra suas melhores amigas, Denise e Pri, e começa a contar todas as grandes aventuras dos últimos dois meses. Ela e as amigas praticamente brigam para se entender, porque todas querem falar e ouvir ao mesmo tempo, como se não houvesse amanhã.
Os jovens sempre acham que tem que fazer tudo aqui e agora, porque o futuro pra eles existe mas ainda é incerto. O futuro é algo que nem sempre dá vontade de pensar, com toda a pressão do vestibular, os amigos queridos que foram pra outro país e com certeza voltarão cheios de histórias pra nos criar inveja, os pais que nunca compreendem nossas reais e impetuosas necessidades.
Entre o disseemedisse das amigas, os alunos novos tentam se esconder debaixo da terra, achando que nunca conseguirão fazer parte de uma dessas panelas de tantos anos nesse colégio estranho que não é, ainda, o habitat natural deles tb. Mas será, logo logo.
Toca o sinal, cada um pra sua sala.
Lá se vai Babi olhar seu horário e eba! Aula de matemática, sua predileta.
Senta-se na frente, como fez a vida toda. Ao seu lado, os velhos conhecidos que grudam nela pq é bonita e porque nunca perdem a esperança de que ela um dia lhes passará cola. tsc tsc tsc. Homens não entendem nada sobre adolescentes meninas nerds e lindas.
Pri faz essa aula com ela, mas sempre foi da turma do fundão e, por mais que ame a amiga, elas tem esse pacto de que não ficarão juntas nas aulas pelo bem da socialização de ambas e pelo estilo de vida estudantil que cada uma resolveu seguir. Babi anota tudo enquanto Pri desenha e troca bilhetinhos. Babi tira 10 no fim do bimestre. Priscila não. As duas passam no final das contas, e então podem continuar juntas e na mesma série até a graduação.
- Oi, tem alguém sentado aqui?
Babi tira o olho da folha nova de fichário e olha pra cima. De cabelos ruivos, bochechas rosadas e corpo com sobrinhas, lá está alguém antes nunca visto, provavelmente um aluno novo. Ela responde:
- Não, pode sentar.
Não se falam mais. Ela é tímida demais pra puxar assunto, e ele... Ela olha às vezes, de canto de olho, curiosa. Gente nova sempre despertou sua curiosidade, sua vontade de conhecer, conversar, conhecer as pessoas a fundo pra poder entender um pouquinho melhor como os outros pensam, e porque os meninos conseguem fazer sempre a escolha errada.
O aluno novo responde a chamada após a professora gritar "Ricardo Simões". Pronto, agora já sabemos o nome. Só tirar o celular do bolso, conectar o facebook e... Mas que diabos? Por que tem dezenas de Ricardo Simões no Brasil? Mas esses 200 milhões de pessoas vivendo aqui às vezes atrapalham muito mesmo, viu!
Ok, tenho que pensar em outra coisa, outra abordagem, outra forma de descobrir mais do nosso novo companheiro.
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