Sei que não devia escrever, mas eu queria saber como você está. Não sei mais da sua vida, não sei se sei quem você é. Mas queria saber. Queria saber se seu cabelo ainda está curto ou se deixou crescer. Se você fez amigos novos, quem são, o que fazem, de onde vem, pra onde vão. Queria saber da sua família, se estão bem, como está o tamanho da saudades entre vocês. Será que você está comendo, será que conseguiu encontrar seu cereal? E ela, ela ainda fala com você? Ou você conheceu alguém novo, alguém que finalmente completou seu coração? Como ela é, o que ela faz? Ela vai te amar intensamente por toda a vida como você sempre sonhou - e mereceu? Me conta se os olhos dela brilham quando vocês se aproximam. Se o coração dela pulsa bem rapidinho assim, que nem o seu. Ela vai voltar com você pra casa?
São milhões de perguntas que eu gostaria de te fazer hoje. Mas não faço. Não consigo. Não quero te sufocar. Não quero que você saiba que eu me importo. Ou talvez eu até queira. Mas tenho medo de que você se afaste pra sempre, pra nunca mais voltar. Eu não poderia viver com essa ausência eterna. Eu não posso imaginar como é não saber de você, nunca mais. Não saber se você teve filhos. Não saber onde mora, quais línguas fala, se seu pai se aposentou. Não imagino uma vida onde eu e você não saibamos mais quem somos, quem fomos e o que poderíamos ter sido. Então, pensando melhor, está bom assim. Está bom sem saber como você está, mas sabendo que ainda está por ai, que eu ainda estou por aqui, e que aquele dia ainda une nossas vidas. Pra sempre. E esse pra sempre é bem melhor.
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