Aprendi, já há algum tempo, que ninguém, nem mesmo você, se conhece completamente. Todos se deparam, por diversas vezes durante a vida, cometendo atitudes que certamente nunca passaram por suas mentes.
Seres humanos são assim, são previsivelmente imprevisíveis. Até mesmo os mais calmos, pacatos, tímidos, revelam-se monstros em alguns momentos. Nossa psique continua sendo nossa maior complexidade.
Entretanto, o que desgasta é saber que as pessoas que mais amamos perdem a tolerância diante de nossas imprevisibilidades. Perdemos diante das delas também. Eu, particularmente, choro quando fico supresa com certos julgamentos.
Ninguém pode entrar em nossa mente e entender porque, naqueles segundos, preferimos nos calar e buscar o conforto, o entendimento ou até mesmo o conformismo interno. Não é mal humor, não é má vontade, é apenas reflexão. Infelizmente, sou um poço de reflexões que não se aquietam dentro de mim, então preciso de alguns momentos para poder associar tudo. Esses meus momentos têm incomodado cada vez mais.
Não sou capaz de explicar algo que não entendo. Tenho mudado de vontades, tenho mudado de personalidade. A Carol dançante de outrora tornou-se mais reservada. Não sei porquê e nem por quanto tempo. Mas basta respeitar.
Um desentendimento é a maior e mais doída forma de me atingir profundamente, com certeza. Desaba meu mundo e me afunda em uma dor tão profunda que, desconfio, eu talvez até goste de sentir. Ninguém gosta de se sentir ferido, mas às vezes acho que entendem meu sofrimento como prazeroso. E não é. Nunca é.
Odeio que briguem comigo, que me julguem mal. Mas odeio mais ainda não ser capaz de me explicar. Eu, tão competente no manuseio das palavras escritas, sou uma total incompetente quando tenho que dizê-las verbalmente. Engulo todas, elas arranham minha garganta e não são nunca digeridas por minh'alma.
Não posso ser assim pra sempre, porque certamente vou perder muito do que amo.
E, Guto, tudo que eu mais amo é você!
"Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida eu vou te amar, desesperadamente..."
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