Há dias - e infelizmente não são poucos - em que o mundo não se encaixa. Parece que o caminho pro trabalho está mais divertido, ou mais entediante. Parece que o trabalho está mais simples, ou um peso enorme. Parece que as pessoas que nos rodeiam estão do jeito que a gente quer, ou uma chatisse infinita. Há dias que dá vontade de gritar oi pro mundo, e outros em que dá vontade de pedir pra parar e descer no primeiro ponto.
Aquela segunda-feira, que por obrigação seria um saco, foi estranha. O amor não acordou no lugar dele, o humor de repente resolveu fazer-se presente (o humor sempre sumia às segundas), a beleza pareceu inevitável. Ela saiu pro mundo se questionando, feliz por ser quem era, e triste por não ser mais quem amava ser. Ela tinha uma qualidade irrevogável: tinha personalidade forte e não se importava com os outros. Suas preocupações eram ser feliz, amar, curtir e sentir prazer todos os dias. Pra maioria das pessoas, ela era uma louca desvairada, bocuda, vulgar. Pra ela isso pouco importava. As pessoas falavam demais naquele mundo de loucos, mas não tinham coragem nenhuma de assumir os riscos que ela corria toda vez que resolvia mudar e entender-se.
Naquele primeiro dia de guerra, algo mudou. Os valores que ela tinha entendido serem importantes, de repente revelaram-se fúteis diante de seus olhos. O que era importante, era importante pra quem? Bom, não era pra ela, então já não valia a pena perder tempo pensando em quais erros ela ia cometer na visão dos outros. Olhando pra dentro de si, ela soube que tinha mudado. Ela tinha decidido entender os sentimentos, prová-los, sentí-los até a alma, para então decidir aquelas porcarias de 'pra sempre' que as pessoas cobravam.
Ela odiava 'pra sempre's. Ela não era disso, de decisões eternas. Ela era uma viciada em vida que precisava todo dia de um novo motivo pra recomeçar, pra dar sentido à tudo em que ela acreditava. Ela não entendia muito bem esses relacionamentos duradouros, com juras de amor até o século seguinte. Ela entendia do hoje, do porquê de seu coração bater naquele exato instante. O coração que oscilava tanto, coitado, estava em arritmia.
Ela tinha tomado sua decisão. Não era a melhor, nem a mais sensata, de longe a menos aceita e mais reprimida por aquele mundo de normais idiotas. E agora ela iria até o fim.
Um comentário:
Nossa, belissimos textos...
Me identifiquei com suas palavras, parabens e não pare de escrever nunca!
=)
beijos linda!
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