quinta-feira, 23 de junho de 2011

A maior decepção do mundo!

Terça eu tive uma notícia que eu não esperava. Claro, era uma possibilidade. Eu sempre soube que minha resposta podia ser SIM ou NÃO. Ainda assim, nessa temporada eu tinha uma esperança absurda de que seria SIM. Não sei porquê, acho que eu senti que merecia, que podiam olhar pra mim desse jeito dessa vez. Ai quando o NÃO veio, eu desabei. Doeu tão fundo como eu nunca pensei que pudesse doer. Dor de amor eu sei que dói. Dor da perda dói também. Mas a dor da decepção (comigo mesma e com os outros) doeu bem mais do que eu esperava.
Como de praxe, fui pra comida, minha amiga tão querida que nunca me negou prazer quando eu precisei e que sempre afogou minhas mágoas em todas as suas calorias. Dessa vez, pela primeira vez em quase 26 anos, nenhuma comida conseguiu ocupar esse espaço e preencher esse vazio. Eu olhei prateleiras e prateleiras, comi doces antes deliciosos, e nada mudou dentro de mim (além do peso, claro).
Hoje acordei diferente, acordei "conformada". É assim e pronto. Não adianta esperar que alguém reconheça quem você é ou que te dêem uma chance pra entrar pra uma panelinha que provavelmente nunca será a sua também. Talvez eu deva olhar mais pro tipo de pessoa que sou, ver se realmente eu faço as coisas certas e se dou o retorno que as pessoas esperam de mim.
Eu geralmente digo que não me importo com os outros, mas nesses 8 anos que escolhi o que ia fazer da vida eu sempre me importei com o que pensam de mim e sempre quis dar o meu melhor porque sempre fui destaque durante toda a escola, então pensei que o seria também ao longo da vida. Acho que o que tá me matando é isso, é eu saber que eu não tenho diferença nenhuma e que não passo de novo de um número que tem que fazer o que te mandam fazer e pronto, sem esperar que em algum momento te reconheçam ou te permitam ser algo mais.
E eu? Eu quero ser algo mais? Quero tentar ser um destaque pra que saibam quem eu sou e que podem contar comigo? Já me perguntei isso muitas vezes, mas essas respostas nunca vieram. Acho que eu ia com a maré e, se desse certo realmente, eu tentaria ser o melhor possível de novo. Se desse certo, ótimo. Eu sempre me dei bem com esse público porque sempre falei a língua deles. Se não desse, então ambos saberíamos que não tenho perfil e que meu negócio é ficar mesmo sentada em uma cadeira tentando encantar as pessoas com algo intangível. Por enquanto. Porque passar a vida sentada realizando os sonhos dos outros e nenhum meu também cansa um dia.
Engraçado que antes eu não tinha nenhum sonho profissional, e hoje eu tenho alguns. Como nenhum se realizou, a decepção corroeu-me por dentro, eu respirei fundo, olhei pra frente e não vi nada do que eu via antes. Se essa visão não mudar, então eu mudo de novo. Sou o ser mais mutável que conheço. Mudo de corpo, de emprego, de personalidade. Mudo quantas vezes precisar. Pra muitos isso é um defeito, mas pra mim é minha maior qualidade. Um dia, quando eu puder dizer que estou feliz de verdade, eu paro de mudar. Pode ser que esse dia nunca chegue, mas eu tenho que continuar tentando. E é uma pena que minha felicidade dependa dos outros algumas vezes. E que gente que nem me conhece, que nem sabe quem eu sou, que nunca se deu ao trabalho de conversar comigo, possa influenciar tanto a minha vida.

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