Dizem por ai que existe um livro todo poderoso onde você desvenda todos os segredos sobre a vida. O livro te conta toda a verdade, boa ou ruim, e te permite crescer a cada palavra. É um livro diferente pra cada pessoa, mas todo mundo é obrigado a ler, a viver, a sorrir e a sofrer a cada frase.
Quando eu peguei o MEU livro da vida, vi capítulos sobre os mais diferentes assuntos. Um deles era sobre os pais. Contava sobre como nos criavam, como seu amor era incondicional, como fariam tudo pela gente, como nos preparariam pra selva de pedras que nos esperava. A cada palavra eu me comovia mais... Até que comecei a olhar por cima os parágrafos que diziam que um dia alguns deles iam adoecer, outros envelhecer, mas que inevitavelmente todos iriam embora e, pela cruel lei da vida, antes de nós. Imaginar aquilo era tão insuportável que resolvi pular aquele capítulo e ler algo mais leve como "Independencia na infância - o dia que você abandona a lancheira" ou "Crises na adolescência - a fila tem que andar".
Cedo ou tarde todo mundo tem que encarar que eles não estarão eternamente ao nosso lado, e que eles nos preparam da melhor forma possível pro mundo. O que eles não dizem é que um dia a gente é quem vai cuidar deles, e vê-los frágeis e dependentes. Eles, que sempre foram nosso sinônimo de imortalidade, um dia vão embora, e vão deixar um vazio tão profundo quanto todo o amor que sentiram pela gente e que, sem sombra de dúvidas, foi recíproco.
Não importa se seus pais se tornarão frágeis aos 30 ou aos 70, ou em qual momento você deixará de ser a criança indefesa e terá que assumir o papel de filho (a) responsável. Pode ser agora, pode ser daqui 40 anos. Você nunca se sentirá preparado, mas terá que encarar, suportar e lidar com todas as situações por eles, provando que o amor incondicional não emana somente deles, mas também (tanto quanto) de você!
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