sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Desarmada e Apaixonada

Eu me apaixonei à primeira vista por você. Te amei quando coloquei os olhos em tua barba, quando vi teu sorriso de canto, quando ouvi sua risada alta. Me apaixonei quando seu olhar despreocupado cobriu o salão e parou ali, nos meus olhos atentos.
Não sei o que me atraiu em você tão de cara. Sei que, de repente, precisava de você na minha vida. 
Com completa urgência e sem nenhuma vergonha, dei o primeiro passo e te procurei. Fui surpreendida com uma conversa leve e descontraída. Reparei no seu português correto. Reparei na sua voz grossa. Reparei no tom carinhoso, no jeito como me chamava de "mulhééér" e sorria do outro lado do telefone. Eu sentia seu sorriso e te sentia perto de mim, uma conexão estranha pra duas pessoas que se cruzaram e nunca haviam se falado pessoalmente.
Eu ouvi seus áudios dezenas e dezenas de vezes, porque com eles eu te sentia ali, do meu lado. Eu dormia com eles, acordava com eles. Dormia com você, acordava com você. Alguma coisa dentro da minha barriga se mexia quando eu acordava de manhã e tinha uma mensagem sua não lida: um bom dia seu me esperando levantar e começar o dia. Te contei minha vida naquela semana: meus medos, minhas paixões, minhas perspectivas, minhas dúvidas. Ouvi os seus, e ouvi sua opinião. Vi minhas possibilidades se ampliarem quando o meu mundo se uniu ao seu. Juntos, éramos duas mentes que curiosamente pensavam igual, mas que tinham vidas completamente diferentes. 
Lembro perfeitamente do dia que combinamos de nos encontrar, depois de dias e dias intermináveis grudados no celular conversando. Eu tinha me encantado por você, e você também. Eu já te amava, mas não sabia que seu beijo seria perfeito para o meu. Não sabia que seu corpo, sua altura, seu cheiro, seriam o que eu sempre havia procurado. Você me beijou e meu coração pulou. Eu, marrenta e desconfiada, me entreguei de bandeja pra você. Eu, que sempre tinha um pé atrás, tirei os pés do chão e voei quando você me abraçou e me disse que me queria ao seu lado.
Você, com seu jeito nada fofo e com seu sorriso malicioso, foi comigo até onde ninguém, nunca, tinha ido. E eu te amei por isso. E pelo seu abraço. E por sua frase no meu ouvido sussurrando que gostava de mim. E por segurar minha mão na frente dos seus amigos. Por arrumar meu cabelo sempre bagunçado. Por me dar seu ombro pra eu deitar. Por devolver à minha vida os beijos de tirar o fôlego, e rir de mim por isso. Por ser parte e por me permitir ser parte também. Por me permitir me apaixonar totalmente de novo nessa vida e por me devolver a escrita depois de tanto tempo. Por ser a razão por eu sorrir pra uma tela de computador no momento. 
Voltei a ser idiota. E te amo por isso.

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