Ela nunca disse pra ele e pra ninguém que a memória dele a fazia viva. Nunca contou dos sonhos diários, do real motivo dos olhares vagos, dos momentos de solidão onde sua mente escrevia um romance começado com "E se". Nunca esqueceu aquele olhar profundo e aquele sorriso tão inocente que parecia ser inacreditável. Ele nunca jogou fora aquela foto dos dois, nunca parou de procurá-la nas outras e nas poucas noites acompanhado sempre virou pro lado e deu um suspiro profundo de saudade. Quantos anos haviam se passado? Quanto esse amor havia aumentado por causa de todas as idealizações desses dois corações separados? Onde faltou coragem, sobrou paixão. Onde sobrou amor, faltou esperança. Um já não sabia do outro: onde estava, com quem andava, que destino havia tido. Ambos assistiam aos filmes românticos clichês e se viam na tela ao lado um do outro. Ele se viu escrevendo cada uma daquelas cartas de PS eu te amo pra ela. Ela encheu o coração de coragem depois do final de Cartas para Julieta. Ele achou melhor pensar que "era pra ser assim" depois de 500 days of Summer. Ela escreveu um poema cheio de raiva depois de 10 coisas que odeio em você. Pros dois, os dias passaram. Pros dois, a vida aconteceu e tomou seu curso. Nos invernos rigorosos, quando a neve batia na janela, eles voltavam no passado e se reencontravam naquela memória do primeiro beijo na noite de natal. Não se esqueceram, mas não tiveram coragem de contar ao mundo o que realmente bombeava seus corações. Eram felizes e sombriamente nutridos por um amor há tanto tempo vivido.
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